– Mãe, posso assistir à TV?
– Não
– Mãe, me empresta o celular preu jogar?
– Não
– Mãe, quero te mostrar um mini filme de Gacha Life… blablablá…
– Ok! – respirando fundo, já cansada de tanto ter de dizer não e ficar com dozinha e tentar entender o que ela busca nessa tentativa de partilhar, que necessidade está tentando ser atendida aqui? …
6 segundos de um filme DE BOSTA depois, cai a ficha e chega a energia que se requer: a energia da pontuação, da colocação de lugares, dos limites claros e determinação objetiva de papeis!
– Minha filha, escuta aqui: você tem 9 anos. Eu tenho 43!
Você tem sua vida, eu tenho a minha.
Você tem seus interesses, eu tenho os meus.
Você tem suas tarefas e obrigações e eu tenho as minhas.
Eu NÃO TENHO o mínimo interesse, saco e vontade de ver filminho chato de Gacha Life, tá ok?! Tá entendido?
Do mesmo jeito que você não gosta de ver meus vídeos de autoconhecimento, Física Quântica e Mkt Digital, e tá tudo bem!
Não te amo menos por isso. Só que eu tenho todo o direito do mundo de escolher como usar meu precioso tempo, aquele que não volta mais, pra fazer as coisas que quero, escolho e preciso, como adulta funcional e autorresponsável que sou, e na minha lista de prioridades nem de longe passa a tarefa ‘assistir mini filme chato de Gacha Life’!
– Cada um no seu quadrado, cada um no seu papel, cada um na sua função e, no nosso momento juntas, mãe e filha, vamos fazer algo que seja prazeroso e divertido pras duas. E minifilme pra mim, agora, na hora mais rica do meu processo de trabalho criativo, é tortura, nada agradável, e eu não permito que você ou qualquer outra pessoa no mundo me torture desse jeito e me tire do meu foco!
– Já não fosse isso por si só o bastante, eu estou muito ocupada construindo a vida que queremos ter, compreende? A hora que você disser: “mãe, tô com fome!”, não vai ser magicamente que um jantar delicinha vai aparecer na mesa. Eu sou a grande aqui. Eu cuido das coisas que você ainda não pode cuidar. E você cuida das coisas que você já pode dar conta e assim crescemos juntas!
– Aliás, aproveita e vai lavar a louça, que você também tem mais o que fazer nesta equipe de nós duas. Vá contribuir com algo que preste ao invés de ficar me atazanando! Humpf!
Duro?
O que essa cena traz pra você? Onde ela mexe com você?
Por acaso, aparece aí dentro aquela criança ferida e magoada, que ainda precisa de uma boa conversa ou talvez de um abraço silencioso e acolhedor?
Bem… Eu não sei em que momento de vida você está vindo me encontrar nestas palavras aqui, mas… vou te contar sobre o intuito deste texto.
Vou contar pra você o que é duro, de fato, …
Duro é você se sentir perdida, largada, abandonada, sem propósito, sem rumo, sem um braço forte, um pulso firme dando a direção, e ir caindo em depressão, sem saber o que fazer, pra onde ir, em profundo desespero… A sensação pode ser a de se deparar com um grande abismo.
Se isso acontece com uma criança, provavelmente vai acabar indo para um lugar (interno) totalmente desconhecido por não saber lidar com as inseguranças e frustrações de não ter o comando desse barco da vida que você ainda não tem capacidade de conduzir.
Crianças precisam se sentir seguras! Precisam olhar à sua volta e sentir que o mundo é bom, que a situação é estável, que há rotina e sentido na vida e que está tudo bem.
Um adulto cuidador não conseguirá promover esse tipo de ambiente se não estiver minimamente bem resolvido consigo próprio e com sua própria criança interior.
É uma bagunça generalizada
E, como já nos explicava Renato Russo: “são crianças como você”. São crianças grandes presas em corpos adultos ou idosos, tentando criar uma vida adulta para criar novas crianças e todo mundo fica perdido juntos.
Ah, que lindo, não?!
Nããããããããooooo!!!!
Não tem nada de lindo nisso!
Tem só caos e desordem, e esse tipo de caos só tá levando a mais caos ainda, mais doenças, mais dores emocionais infinitas e alguém tem de chegar e dar um basta nisso. Alguém tem de DIZER NÃO!
(obs.: ok que caos tende a te levar à ordem, mas esse assunto é para um outro post, ok?)
Bora acabar com essa palhaçada aqui! Bora colocar ordem nesse terreiro!
Não é algo que vá acontecer do dia pra noite. É todo um PROCESSO!!!
Eu adoraria estender a mão com uma única pílula mágica ou receita infalível para lhe oferecer e resolver todos os problemas da sua vida, mas, caso você ainda não tenha se tocado disso, eu mesma vou lhe dizer com todas as letras: “NÃO É ASSIM QUE A BANDA TOCA, meu bem!”
Então, você que é mãe e que está me ouvindo lendo agora, entenda que está tudo bem em você SE priorizar, ok?
Aliás, vou escrever sobre prioridades no próximo post e vou também fazer uma live contando sobre essas experiências e adoraria ter você comigo para conversarmos, topas?
Bora fazer uma roda de conversa pra abrir mais sobre nossas dificuldades em dar limites, em cuidar primeiro da gente pra depois cuidar dos outros e todas essas questões que permeiam os desafios de uma mulher moderna?
Sei que são inúmeras questões que estão aí no seu coração, te remoendo, tomando seus sentimentos e pensamentos, e que você, às vezes, sente que vai explodir.
Calma! Respira, inspira e não pira! Você não está só… Estamos nesse barco, amiga, tentando o nosso melhor.
É da nossa natureza feminina essa necessidade de sentar em roda e conversar, falar de nossos anseios, dúvidas, sonhos, carências…
Fique de olho aqui e nas redes sociais para que a gente estreite esse laço, ok?
Quero ver teu rosto, ouvir tua voz, me tornar guardiã de tuas histórias…
Vamos juntas?
A live acontecerá na próxima sexta-feira, 03.09.2021, às 15h. Me manda um DM no Instagram que te envio o link ; )
Se você chegou aqui depois dessa data, não fique triste. Acompanhe que certamente você encontrará alguma nova oportunidade disto ou de algo semelhante.
Por hora, desejo que você se (re)encontre, encontre seu caminho e sua forma própria e única de ser você e fazer as suas escolhas, aquelas que vão lhe dar ‘limites bem delimitados’, clareza, segurança e PAZ.
Te amo profundamente e honro a tua história!